Tenho que dizer que fui sugada pela narrativa e só soltei quando terminei. Kate é uma escritora de Blessfield, interior dos EUA, que tem a missão de contar a história de Nathan Bardel, um serial killer de sua cidade natal. Ele matou e estuprou 12 mulheres ao som de música clássica, afinal, cada vítima merecia uma sinfonia, foi preso e condenado a morte, a publicação ia marcar o aniversário de um ano de sua execução.
Kate precisava entender como um morador da sua cidade natal se transformou em alguém com a mente tão doentia, capaz de torturar e humilhar tantas mulheres que não tinham feito nada contra ele. Entender sua mente era preciso se aproximar cada vez mais de quem ele era, detalhar o passo a passo de cada crime, confrontar o habitat de cada vítima, presenciar abusos, entender o que ele sentia, criar uma lógica para a sua motivação.
Após ter acesso ao inquérito e entrevistar os investigadores que trabalharam no caso, Kate é intimada por seus editores a deixar o projeto de lado e focar em seu romance, não querem mais se envolver com os crimes de Bardel, mas se o caso já estava encerrado e o assassino morto, o que poderia impedir que fosse lançado um livro com os detalhes da investigação, algo estava errado naquela história.
Assistindo a tudo, Nathan Bardel acompanhava todos os passos de Kate, o que ela pensava e sentia, o quão obcecada ela ficou para descobrir o que de grave estava encoberto naquela investigação. Ela não podia vê-lo, mas a alma de Bardel estava ao seu lado, deixando o ambiente cada vez mais pesado e tenso, ele também não sabia o que estava fazendo ali, mas estava gostando de ver seus crimes sendo detalhados.
Ryan Owen é o agente do FBI responsável por capturar Bardel, o profiler que traçou o perfil do assassino e conseguiu chegar até ele. Após o caso, sua vida saiu dos eixos, separou de sua esposa e se afastou da polícia, vive em uma casa isolado do mundo. Ele é a peça fundamental para Kate entender o que se passava na cabeça de Bardel, foi ele quem colheu os depoimentos do assassino.
Kate é do tipo que aceita migalhas, parece durona, mas está em frangalhos, tem um relacionamento abusivo, uma relação desestruturada com a família, cheia de vícios e gosta de se torturar. Bartel não sabe o que está fazendo ali, mas de alguma forma, revisitar seu passado e ter uma visão mais ampla dos fatos, está tornando tudo mais complexo. Ryan é assustadoramente inteligente e perspicaz, sabe quando estão lhe engando, ele consegue ler a verdade no rosto de quem quer que seja, mas é extremamente autodestrutivo e adora se torturar.
O enredo é intenso e as cenas são bastante pesadas, os crimes tem uma dose de crueldade assustadora, que o leitor precisa ter um estômago forte para aguentar tudo. A narrativa é feita por diversos pontos de vista, temos uma noção de como cada um se sente diante de tanta crueldade e como cada um reage diante daquilo, todos os personagens saem de sua zona de equilíbrio para abraçar o que eles tem de pior, conhecer o lado mais obscuro do seu ser e não ter receio disso.
A autora, Cláudia Lemes, escreveu tudo em sete dias, em um momento de frenesi, clinicamente deprimida, de luto e puta da vida com o mundo. Essa intensidade de sentimentos é perceptível na trama, tudo é muito denso e palpável, talvez foi a cereja do bolo na trama, a tensão é real, por isso o leitor consegue se envolver tanto com o enredo e muitas vezes o ódio parece que atravessa o espectador como um convite por vingança, sede de sangue.
Eu Vejo Kate foi escrito originalmente em inglês, a autora é brasileira, mas já morou na Califórnia e no Cairo, por isso, não se assuste quando se deparar com ambientes e nomes estrangeiros. O enredo é muito bem escrito e estruturado, os personagens são complexos e verdadeiros, não são caricatos, o leitor sente a transição de emoções. O projeto gráfico está fantástico, Marina Avila maravilhosa como sempre, trabalho minucioso e cheio de detalhes, sou fã! Repararam no olho claro de Kate?! RECOMENDO imensamente para quem gosta de um bom suspense.
Kate precisava entender como um morador da sua cidade natal se transformou em alguém com a mente tão doentia, capaz de torturar e humilhar tantas mulheres que não tinham feito nada contra ele. Entender sua mente era preciso se aproximar cada vez mais de quem ele era, detalhar o passo a passo de cada crime, confrontar o habitat de cada vítima, presenciar abusos, entender o que ele sentia, criar uma lógica para a sua motivação.
Após ter acesso ao inquérito e entrevistar os investigadores que trabalharam no caso, Kate é intimada por seus editores a deixar o projeto de lado e focar em seu romance, não querem mais se envolver com os crimes de Bardel, mas se o caso já estava encerrado e o assassino morto, o que poderia impedir que fosse lançado um livro com os detalhes da investigação, algo estava errado naquela história.
Assistindo a tudo, Nathan Bardel acompanhava todos os passos de Kate, o que ela pensava e sentia, o quão obcecada ela ficou para descobrir o que de grave estava encoberto naquela investigação. Ela não podia vê-lo, mas a alma de Bardel estava ao seu lado, deixando o ambiente cada vez mais pesado e tenso, ele também não sabia o que estava fazendo ali, mas estava gostando de ver seus crimes sendo detalhados.
Ryan Owen é o agente do FBI responsável por capturar Bardel, o profiler que traçou o perfil do assassino e conseguiu chegar até ele. Após o caso, sua vida saiu dos eixos, separou de sua esposa e se afastou da polícia, vive em uma casa isolado do mundo. Ele é a peça fundamental para Kate entender o que se passava na cabeça de Bardel, foi ele quem colheu os depoimentos do assassino.
Kate é do tipo que aceita migalhas, parece durona, mas está em frangalhos, tem um relacionamento abusivo, uma relação desestruturada com a família, cheia de vícios e gosta de se torturar. Bartel não sabe o que está fazendo ali, mas de alguma forma, revisitar seu passado e ter uma visão mais ampla dos fatos, está tornando tudo mais complexo. Ryan é assustadoramente inteligente e perspicaz, sabe quando estão lhe engando, ele consegue ler a verdade no rosto de quem quer que seja, mas é extremamente autodestrutivo e adora se torturar.
O enredo é intenso e as cenas são bastante pesadas, os crimes tem uma dose de crueldade assustadora, que o leitor precisa ter um estômago forte para aguentar tudo. A narrativa é feita por diversos pontos de vista, temos uma noção de como cada um se sente diante de tanta crueldade e como cada um reage diante daquilo, todos os personagens saem de sua zona de equilíbrio para abraçar o que eles tem de pior, conhecer o lado mais obscuro do seu ser e não ter receio disso.
A autora, Cláudia Lemes, escreveu tudo em sete dias, em um momento de frenesi, clinicamente deprimida, de luto e puta da vida com o mundo. Essa intensidade de sentimentos é perceptível na trama, tudo é muito denso e palpável, talvez foi a cereja do bolo na trama, a tensão é real, por isso o leitor consegue se envolver tanto com o enredo e muitas vezes o ódio parece que atravessa o espectador como um convite por vingança, sede de sangue.
Eu Vejo Kate foi escrito originalmente em inglês, a autora é brasileira, mas já morou na Califórnia e no Cairo, por isso, não se assuste quando se deparar com ambientes e nomes estrangeiros. O enredo é muito bem escrito e estruturado, os personagens são complexos e verdadeiros, não são caricatos, o leitor sente a transição de emoções. O projeto gráfico está fantástico, Marina Avila maravilhosa como sempre, trabalho minucioso e cheio de detalhes, sou fã! Repararam no olho claro de Kate?! RECOMENDO imensamente para quem gosta de um bom suspense.
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