Há alguns anos conheci e me emocionei com o livro
Para Francisco, da blogueira
Cris Guerra, uma mulher que perdeu o companheiro na reta final de sua gravidez. Na tentativa de fazer com que o filho conheça um pouco do pai, ela começa a escrever cartas relatando momentos especiais que eles viveram. História verídica que me arrancou um mar de lágrimas há alguns anos, mas que me faz acompanhar até hoje o perfil da
Cris só para ver como o
Francisco está, um meninão lindo de 8 anos, só para constar.
Quando li a sinopse do livro Cartas Para um Pai, logo me lembrei do Para Francisco, cartas emocionantes inspiradas nesse momento de maternidade, mas a coincidência termina por ai, por enquanto o livro da Cris emocionava, o da Janaína provocava gargalhadas. Talvez a diferença tenha feito com que a leitura ficasse desgastada e eu acabasse me decepcionando com a imaturidade de Juliana, protagonista de Cartas Para um Pai.
Após um amor tórrido de verão, Juliana volta para casa com boas lembranças de João Pessoa, porém além das boas histórias ela descobre que as noites de amor sem camisinha resultou em um filho. O momento é o pior possível, ela morando em Brasília e ele em João Pessoa, ela sem a menor estrutura emocional e financeira para cuidar da criança e o mundo desabando em sua cabeça.
A história começa e o dilema que me incomodou muito no enredo inicia, Juliana diversas vezes fala sobre o pai da criança com a ideia de "não posso estragar a vida dele", como se o ato de se fazer um filho fosse responsabilidade total da mulher, como se o homem não tivesse responsabilidade nenhuma sobre o ocorrido, como se para a mulher fosse uma obrigação e para o homem uma escolha. Lutamos tanto para a sociedade entender que o homem tem a mesma responsabilidade que a mulher diante de um filho, que ninguém faz filho sozinho e que legalmente os dois tem responsabilidades no mínimo financeiras diante da educação da criança, que chega a ser revoltante esse "dilema" da personagem.
Depois do tal "dilema" da Juliana, ela resolve que a espiritualidade explica o pensamento machista que a sociedade tem de que a mulher possui total responsabilidade sob a criança e conta para o Anderson, pai da criança, que eles vão ter um filho, mas que ela vai assumir sozinha toda a responsabilidade referente ao filho, que ele não precisa assumir e muito menos pagar pensão, ai é nesse momento que a gente se abraça e chora o coitadismo do Anderson, tadinho...
Ok, vamos voltar ao enredo, Juliana e Anderson passam a trocar cartas, uma maneira que eles encontraram de manter o relacionamento durante a gravidez, apesar da distância. As cartas chegam a ser engraçadas, devido o despreparo da personagem, ela relata sobre seus enjoos, descobertas, comidas, relacionamentos e suas infinitas dúvidas sobre essa nova fase. Ele não se mostra diferente, despreparado para a vida ele se mostra bastante imaturo diante da situação.
O grosso da historia é bem interessante, mas os dilemas da personagem e as cartas fazem com que o enredo fique tolo e imaturo. Claro, que apesar do resultado final não ter sido do meu agrado, o enredo é bastante divertido, amo a leveza que a
Janaína Rico coloca em seus livros. O capista está de parabéns, lindo trabalho! -
Skoob
bonne nuit, bonne chance