Eu estaria sendo redundante se falasse o quanto Grey's Anatomy é viciante, apaixonante e tocante. Eu estaria sendo redundante se relatasse o quanto eu me emociono com os casos, com os personagens e até mesmo com o elenco. Eu estaria sendo redundante se falasse que a Shonda Rhimes (criadora) é uma assassina sem coração, ela faz questão de levar os personagens mais cativantes da trama.
Demorei 11 temporadas para me render aos dramas do Hospital Escola Seattle Grace, assistia episódios perdidos quando passava no SBT, criava histórias paralelas onde a mãe da Meredith Grey era dona do hospital, detestava a Dra. Torres, escutava e lia milhões de spoilers e fazia questão de manter Grey's Anatomy na gaveta de séries que dão preguiça de acompanhar.
Hoje estou submersa em uma maratona para recuperar o tempo perdido, tentando não lembrar dos spoilers e fingir surpresa quando alguém morre ou vai embora, mas acima de tudo, me apaixonando pelos dramas e paixões que o Seattle Grace guarda. Nessa corrida contra o tempo descobri que o título da série é uma referencia ao famoso livro do anatomista Henry Gray, Gray's Anatomy, que é referência até hoje para os estudantes da área de saúde.
Descobri que a Meredith Grey é bem depressiva, daquelas que carrega uma nuvem negra em cima da cabeça e que tem o poder de se meter em momentos delicados, porém tem o mínimo de tato para enfrenta-los. Teve uma infância difícil, sua mãe se apaixonou por um colega de trabalho, largou tudo para viver aquele amor, mas ele continuou casado e mandou ela seguir a vida dela sem ele. Meredith viu a mãe se afundar no trabalho, se tornar uma mulher dura e ríspida, e ela uma criança completamente desamparada resultando em uma mulher insegura para o mundo.
Descobri que a Cristina Yang é um robô, totalmente mecânica em seus atos, 8 ou 80, ríspida e sem tato. Ela na verdade é uma mulher que sabe exatamente o que quer e sabe que é muito boa no que faz, não tem medo e se esforça ao máximo para ter o seu talento reconhecido. No fundo ela busca um amor que seja tão firme e talentoso como ela, talvez esse homem precise quebrar algumas barreiras para chegar ate seu coração, mas existe um coração ali, pode acreditar!
Descobri Izzie, que é a minha terceira favorita, a bonitinha que ninguém espera nada, a loirinha que trabalhou como modelo para pagar os estudos e hoje é uma médica muito talentosa e dedicada a seus pacientes. Ela é a mais animada e positiva, mas é com ela que as lágrimas correm perdidamente. Além do talento para a medicina, ela é uma cozinheira de mão cheia, os bolinhos são o seu refúgio para momentos difíceis, mas sua comida também faz sucesso nas comemorações.
Descobri o George, o meu segundo favorito, um cara de coração gigante, um pouco atrapalhado, mas que é muito bom no que faz. Aquele amigão para todas as horas e tequilas, faz o tipo prestativo e acaba que ninguém repara quando ele sofre, ou que possa magoar-lo, mas ele sofre e como sofre. O personagem acaba se perdendo ao longo da série, o que ocasiona a saída dele da trama, uma das saídas mais dramáticas deixando o suspense de uma temporada para a outra.
Descobri o Karev, um dos personagens mais complexos da série, machista, narcisista e frio, ele é um ogro, daqueles bem chatos e podres, mas que vez ou outra fala o quanto ele é "entalado" com suas mágoas de criança, no fundo ele é um bom garoto, mas precisa de tanta terapia que cansa. Descobri também a Dra. Bailey, ela é uma queridona, daquelas que cobra a excelência de seus internos, mas é uma mãezona, pronta para tirar qualquer um de uma enrascada.
A história todo mundo já conhece Meredith, Cristina, Izzie, George e Karev entram como internos no programa de residencia de cirurgia médica do Seattle Grace, Meredith tem um relacionamento confuso com Derek, Cristina com a cardiologia, Izzie com os pacientes, George com a sua confusão eterna e Karev com todas as enfermeiras. Além dos principais tem a Dra. Bailey tentando concertar o caos com sua rigidez e habilidade, o Dr Webber que faz vista grossa para os erros, a Dra. Torres se descobrindo (ainda não simpatizo com ela), o Dr. Sloan arrancando suspiros e a linda Dra. Addison Montgomery que é a minha preferida e que eu fico torcendo para ela voltar pra trama.
Os textos mais emblemáticos fica por conta do narrador, na maioria das vezes a Meredith assume esse papel, mas os outros personagens também tem vez. Acho difícil alguém nunca ter se identificado com esses textos, achado que os personagens não estavam falando diretamente com você, aliás esse é o ponto que faz com que a série conquiste um público tão grande, identificação, você não precisa ser médico, ou viver aquele dramas, mas parece que tudo ali fala com você.
Demorei tempo demais para tirar Grey's Anatomy da gaveta "séries da preguiça", mas agora que tirei eu quero que todo mundo assista, sério, se você ainda não se rendeu ASSISTA AGORA! Agora me conta, qual a série da preguiça que vale a pena assistir?!
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