Cinderela com certeza é o meu conto de fadas favorito, aquele que eu sempre pedia para a minha mãe ler mais uma vez antes de dormir, ou que sempre estava presente nas historinhas que minhas bonecas encenavam. O drama da menina que perde os pais e é maltrata por sua madrasta, muda de rumo quando ela resolve por a cara no mundo e ir atrás do que é dela. Simples e clássico!
A história de 1634 escrita por Charles Perrault ganha uma nova versão da Disney, em uma época que todas as princesas voltam a telona para apresentar um novo ponto de vista, a estreia acabou causando muita ansiedade para os apaixonados da gata borralheira.
O filme começa com Ella ainda pequenininha nos braços da mãe, o retrato perfeito de um família feliz, todos sorridentes a espera do pai, um cacheiro viajante que sempre traz muitos presentes para suas amadas mulheres. Depois de um mal súbito a mãe de Ella morre deixando o desejo de que a filha seja sempre "gentil e corajosa" pois o que ela tem de bondade em um dedinho é o que muita gente não tem no corpo todo. Anos depois o pai de Ella resolve virar aquele capítulo e casar novamente com uma viúva de outra cidade, ela tem duas filhas da mesma idade de Ella.
A menina tenta receber de forma carinhosa a nova família, mas logo percebe que tem que ter muita calma com as novas irmãs briguentas e a madrasta amarga. O pai parte para uma nova viagem que infelizmente se revela sem volta, dando início as tormentas de Ella, a menina vira a serviçal da casa e é constantemente humilhada por sua madrasta. Em um acesso de raiva a menina se esconde na floresta, local onde ela acidentalmente conhece o Príncipe Kit...
O enredo não recebeu nenhum cotexto especial, personagem em destaque, ponto de vista diferente, foi a mesma história com a mesma roupagem, nada de novo. Confesso que depois de assistir tantas releituras do enredo, fiquei esperando algo espetacular, principalmente depois de tantos boatos de que a madrasta estava arrasando. A nova versão da Disney se segura única e exclusivamente no enredo já batido.
Um destaque é a atuação da Cate Blanchett que traz toda a amargura da madrasta em um olhar, mas creio que ela poderia ter tido mais espaço no enredo, mostrando o quanto ela era perversa com a enteada. A linda participação de Helena Bonham Carter como a irônica fada madrinha que conseguiu tirar alguns risos do público.
Um encanto a parte são os cenários deslumbrantes, os figurinos cheios de detalhes e a maquiagem excepcional, o público é levado para o mágico mundo de Cinderela, a sensação que temos é que estamos andando pelas vielas do reino e a qualquer momento vamos nos esbarrar com Ella. Outro encanto são os ratinhos, lagartos e gansos, uma turminha que te rouba largos sorrisos com suas confusões.
Cinderela é um filme neutro, não tem nada que te prenda a ele, mas que não tira o brilho da história original. Gostaria de ter visto mais emoção, mais ação e mais música. Uma pena o brilho da princesa ter ficado tão fraco. Ah e sempre devemos lembrar de ser gentis, mas quando a gentileza não for mais o caso, que tenhamos coragem para enfrentar as dificuldades e correr atrás do que acreditamos.
bonne nuit bonne chance
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