sexta-feira, 1 de junho de 2012

Duas Orelhinhas e a Vida de um Cadarço

A missão era: registrar um momento corriqueiro em foto sequência, algo que fosse espontâneo, assim como o abrir dos olhos. Precisava de pessoas e uma câmera, nada podia ser melhor do que uua tarde de domingo em shopping lotado, crianças e pessoas pousando pras fotos, o meu flash se confundiu com outros e eu passaria despercebida.

É estranho fotografar crianças, a impressão que temos é que os pais delas vão surgir gritando de qualquer canto para impedir que roubemos a imagem espontânea de seus filhos. Colocar a câmera em baixo do braço e fingir que nada está acontecendo é um momento tenso, me senti uma criminosa roubando imagens espontâneas alheias.

Fotografar o espontâneo desconhecido é um tanto difícil, e com conhecidos é quase impossível. As pessoas são transformadas diante de uma lente, todos os seus atos são meticulosamente pensado e arquitetados. Jamaisuma fotografia será um registro de um ato espontâneo, pois ela sempre vai ter a consciencia do fotografo e/ou a interpretação do fotografo

Meu companheiro de missão se transformou na vítima, ele e todas as suas manias, seu estralar de dedos e seu TOC. Ter um tênis com cadarços desamarrados significa ter que amarrar os dos dois tênis, um não seria o suficiente para deixá-lo tranquilo. E assim as pesoas são desvendadas, através de seus pequenos atos e a fotografia vai tentando capturar o incapturavel.

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