quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Duas orelhinhas e a vida de um cadarço
A missão era: registrar um momento corriqueiro em foto sequência, algo que fosse espontâneo, assim como o abrir dos olhos. Precisava de pessoas e uma câmera, nada podia ser melhor do que uma tarde de domingo em um shopping lotado, crianças e pessoas pousando pras fotos, o meu flash se confundiria com outros e o meu passaria despercebida.
É estranho fotografar crianças, a impressão que temos é que os pais delas vão surgir gritando de qualquer canto para impedir que roubemos a imagem espontânea de seus filhos. Colocar a câmera em baixo do braço e fingir que nada está acontecendo é um momento tenso, me senti uma criminosa roubando imagens espontâneas alheias.
Fotografar o espontâneo desconhecido é um tanto difícil, e com conhecidos é quase impossível. As pessoas são transformadas diante de uma lente, todos os seus atos são meticulosamente pensados e arquitetados. Jamais uma fotografia será um registro de um ato espontâneo, pois ela sempre vai ter a consciência do fotografado e/ou a interpretação do fotografo.
Meu companheiro de missão se transformou na vítima, ele e todas as suas manias, seu estralar de dedos e seu TOC. Ter um tênis com o cadarço desamarrado significa ter que amarrar os dos dois tênis, um não seria o suficiente para deixá-lo tranquilo. E assim as pessoas são desvendadas, através de seus pequenos atos e a fotografia vai tentando capturar o incapturavel.
  Trabalho: Escolher um momento do cotidiano que passe desapercebido pelos olhos rotineiros, registrar tal momento espontâneo em fotos sequenciadas e criar um vídeo de apresentação.*aponta pra cima* Entregar um texto que fale sobre a experiência das fotos junto com o vídeo. *aponta pra cima-cima*

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