Alguns preconceitos estão tão velados no nosso dia-a-dia que muitas vezes nem percebemos o quanto eles são nocivos, escutamos, aceitamos, engolimos e só depois do mal feito que percebemos o que de fato aconteceu. Eu sempre fui do time das cacheadas, AMO meu cabelo e nunca tive vontade de alisar, mas vez ou outra sempre aparece alguém com "Mas você não vai alisar? Você deveria alisar!", ou até mesmo ele (o cabelo) sendo decisivo em momentos profissionais "mas antes você deveria fazer uma escova, as meninas te ajudam". UÉ cabelo cacheado é tão feio assim?
Depois de um tempo você aprende a parar de questionar o porque o seu cabelo incomoda tanto os outros e passa a valoriza-lo do jeitinho que ele é. Você para de perder tanto tempo buscando formas de deixa-lo invisível ao mundo, prendendo, amarrando, quilos de creme, e começa a se preocupar com a melhor forma de deixa-lo de bem com a vida, hidratando, mudando de cor, inovando. Depois que entendi e absorvi que a opinião alheia tava acabando com o meu cabelo, decidi assumir e cuidar dos cachos e a qualidade dos fios mudou 100%, hoje esses achismos entram por um ouvido e sai pelo outro, afinal: Eu não preciso do seu alisamento, da sua chapinha, e muito menos do seu emprego.
Hoje é o Dia Nacional da Consciência Negra e eu vim apresentar a Joana para vocês, uma menina que sonha em ser Paquita da Xuxa, desejo comum da década de 80, ela passava o dia ensaiando na frente da TV, tinha todas as roupas, gravava os programas, ensinava para suas amigas a coreografia, mas ela não tinha se alertado para um detalhe: ela não era branca, nem loira. O que fazer quando se tem o sonho, o talento, mas não tem o padrão? Continuar lutando? Ou mudar de sonho?
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