quinta-feira, 30 de junho de 2016

[Livro] O Calor do Vaqueiro - Sable Hunter

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"Eles amam tão duro quanto trabalham" - A premissa da história dos irmãos McCoy já é de tirar o folego, principalmente quando você descobre que são 6 homens na flor da idade e com os hormônios fervendo. O Calor do Vaqueiro é o primeiro livro da série Hell Yeah!, cada publicação relata a história de um dos Cowboy do Rancho Tebow e para começar temos Aron McCoy, o irmão mais sisudo da fazenda. 

Libby Fontaine é uma garota que passou boa parte da vida em hospitais lutando contra o câncer, diagnosticada com leucemia no colegial, ela se submete a diversos tratamentos experimentais para tentar ganhar um pouco de alivio nessa luta. Sua paixão são os romances eróticos, fieis companheiros nas longas estadias em hospitais, mas para seu alívio o oncologista permite que ela tenha alguns meses de descanso, uma pausa no tratamento que estava evoluindo de forma satisfatória.

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Aquela era a sua grande chance, ela tinha que aproveitar tudo que a vida tinha para lhe proporcionar, TUDO e o Rancho Tebow era o lugar ideal. Contratada para cuidar da casa dos irmãos McCoy, Libby encontra um antigo amor do colégio, Aron McCoy, o mais velho e rabugento dos irmãos, seu coração tinha fechado para balanço após encontrar sua ex-mulher na cama com um de seus irmãos.

Após o falecimento de seus pais, Aron McCoy se tornou o responsável pelo Rancho Tebow, trabalhar incansavelmente era a melhor forma de esquecer a perda recente e o caos que o seu casamento tinha se tornado. Até que a pequena Libby chega para destruir todos os muros que Aron tinha construído em volta de si, foi paixão a primeira vista, bastou um olhar para todo o fogo que estava guardado dentro dele acender e consumi-lo, aquela mulher tinha que ser dele!

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Após o jantar, sozinhos na cozinha, Aron quer tomar para si o que é dele, mas se surpreende ao saber que ela ainda é inexperiente e ele não se sente no direito de machuca-la por um capricho, mas na calada da noite Aron enlouquece ao ver a pequena Libby tomando banho nua no tanque da fazenda... Sua doçura e carinho conquistou todos os irmão McCoy, ao lado deles conseguiu experimentar tudo que desejava, desde uma noite de jogos no bar da cidade, até um sexo selvagem com o homem que amava, mas infelizmente ela tinha poucos meses para aproveitar tudo.

Confesso que escolhi a leitura pelo título, nunca tinha lido romances eróticos ambientados em fazendas, fiquei curiosa para saber como a autora iria introduzir tal característica no texto sem ficar forçado, ou pesado demais. Acredito que foi na medida, consegui viajar para o Rancho Tebow e perceber suas características, seu estilo de vida, mas sem imaginar um matuto com um talinho no canto da boca falando engraçado, foi natural.

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Natural foi a ambientação, mas não a forma que os dois se apaixonaram, de um lado uma mulher inexperiente louca para aproveitar a vida, do outro um cara que tinha se fechado para o mundo, apenas com uma troca de olhares a autora colocou tais características no chão e criou um romance enlouquecedor e visceral, onde os dois estavam viciados pela pele do outro. Talvez uma história um pouco mais trabalhada em seus pontos chaves, mais charminho de ambos os lados, mais dramas antes da solução, traria mais torcida para o casal.

O que não significa que o casal não seja envolvente, claro que é, você acaba torcendo pelo desfecho e que o final traga boas notícias e boas comidas, pense numa cozinheira de mão cheia essa tal de Libby! Claro que o foco são as cenas safadinhas, eles colocam a casa abaixo para saciarem seus desejos, algumas partes forçadas, outras envolventes, mas em algum ponto o enredo consegue conquistar o leitor e te fazer desejar o próximo Cowboy do Texas, o Jacob McCoy.

domingo, 26 de junho de 2016

[Divulgação] Lançamento: Maliciosa - Mirela Paes

Sábado, 02 de Julho, tem um lançamento mega especial na Livraria Saraiva do Shopping Iguatemi, a escritora Mirela Paes estará em Fortaleza papeando com os seus leitores sobre Maliciosa, seu novo livro que está em pré-venda no site da Qualis Editora. Eu já estou ansiosa para conferir mais esse sucesso, então se você tiver um tempinho livre no sábado, eu te encontro lá as 16h em ponto!

MALICIOSA - Mirela Paes
Para seus familiares, Ana é o perfeito exemplo de moça de família. Doce, educada e preocupada com o seu futuro. Deseja estudar moda e se tornar uma It Girl. Matthews, por outro lado, conhece uma Ana diferente. Sexy e determinada. O que havia começado como um pequeno jogo tomará proporções avassaladoras. Os encontros se tornam cada vez mais intensos e complicados. Foram criados como primos, e a diferença de idade muitas vezes os atrapalha. Até quando conseguirão manter esse segredo? Estarão eles prontos para lutar pelo amor que sentem um pelo outro?

sábado, 18 de junho de 2016

[Série] Grey's Anatomy


Eu estaria sendo redundante se falasse o quanto Grey's Anatomy é viciante, apaixonante e tocante. Eu estaria sendo redundante se relatasse o quanto eu me emociono com os casos, com os personagens e até mesmo com o elenco. Eu estaria sendo redundante se falasse que a Shonda Rhimes (criadora) é uma assassina sem coração, ela faz questão de levar os personagens mais cativantes da trama.

Demorei 11 temporadas para me render aos dramas do Hospital Escola Seattle Grace, assistia episódios perdidos quando passava no SBT, criava histórias paralelas onde a mãe da Meredith Grey era dona do hospital, detestava a Dra. Torres, escutava e lia milhões de spoilers e fazia questão de manter Grey's Anatomy na gaveta de séries que dão preguiça de acompanhar.

Hoje estou submersa em uma maratona para recuperar o tempo perdido, tentando não lembrar dos spoilers e fingir surpresa quando alguém morre ou vai embora, mas acima de tudo, me apaixonando pelos dramas e paixões que o Seattle Grace guarda. Nessa corrida contra o tempo descobri que o título da série é uma referencia ao famoso livro do anatomista Henry Gray, Gray's Anatomy, que é referência até hoje para os estudantes da área de saúde.


Descobri que a Meredith Grey é bem depressiva, daquelas que carrega uma nuvem negra em cima da cabeça e que tem o poder de se meter em momentos delicados, porém tem o mínimo de tato para enfrenta-los. Teve uma infância difícil, sua mãe se apaixonou por um colega de trabalho, largou tudo para viver aquele amor, mas ele continuou casado e mandou ela seguir a vida dela sem ele. Meredith viu a mãe se afundar no trabalho, se tornar uma mulher dura e ríspida, e ela uma criança completamente desamparada resultando em uma mulher insegura para o mundo.


Descobri que a Cristina Yang é um robô, totalmente mecânica em seus atos, 8 ou 80, ríspida e sem tato. Ela na verdade é uma mulher que sabe exatamente o que quer e sabe que é muito boa no que faz, não tem medo e se esforça ao máximo para ter o seu talento reconhecido. No fundo ela busca um amor que seja tão firme e talentoso como ela, talvez esse homem precise quebrar algumas barreiras para chegar ate seu coração, mas existe um coração ali, pode acreditar!


Descobri Izzie, que é a minha terceira favorita, a bonitinha que ninguém espera nada, a loirinha que trabalhou como modelo para pagar os estudos e hoje é uma médica muito talentosa e dedicada a seus pacientes. Ela é a mais animada e positiva, mas é com ela que as lágrimas correm perdidamente. Além do talento para a medicina, ela é uma cozinheira de mão cheia, os bolinhos são o seu refúgio para momentos difíceis, mas sua comida também faz sucesso nas comemorações.


Descobri o George, o meu segundo favorito, um cara de coração gigante, um pouco atrapalhado, mas que é muito bom no que faz. Aquele amigão para todas as horas e tequilas, faz o tipo prestativo e acaba que ninguém repara quando ele sofre, ou que possa magoar-lo, mas ele sofre e como sofre. O personagem acaba se perdendo ao longo da série, o que ocasiona a saída dele da trama, uma das saídas mais dramáticas deixando o suspense de uma temporada para a outra.


Descobri o Karev, um dos personagens mais complexos da série, machista, narcisista e frio, ele é um ogro, daqueles bem chatos e podres, mas que vez ou outra fala o quanto ele é "entalado" com suas mágoas de criança, no fundo ele é um bom garoto, mas precisa de tanta terapia que cansa. Descobri também a Dra. Bailey, ela é uma queridona, daquelas que cobra a excelência de seus internos, mas é uma mãezona, pronta para tirar qualquer um de uma enrascada.


A história todo mundo já conhece Meredith, Cristina, Izzie, George e Karev entram como internos no programa de residencia de cirurgia médica do Seattle Grace, Meredith tem um relacionamento confuso com Derek, Cristina com a cardiologia, Izzie com os pacientes, George com a sua confusão eterna e Karev com todas as enfermeiras. Além dos principais tem a Dra. Bailey tentando concertar o caos com sua rigidez e habilidade, o Dr Webber que faz vista grossa para os erros, a Dra. Torres se descobrindo (ainda não simpatizo com ela), o Dr. Sloan arrancando suspiros e a linda Dra. Addison Montgomery que é a minha preferida e que eu fico torcendo para ela voltar pra trama. 

Os textos mais emblemáticos fica por conta do narrador, na maioria das vezes a Meredith assume esse papel, mas os outros personagens também tem vez. Acho difícil alguém nunca ter se identificado com esses textos, achado que os personagens não estavam falando diretamente com você, aliás esse é o ponto que faz com que a série conquiste um público tão grande, identificação, você não precisa ser médico, ou viver aquele dramas, mas parece que tudo ali fala com você.

Demorei tempo demais para tirar Grey's Anatomy da gaveta "séries da preguiça", mas agora que tirei eu quero que todo mundo assista, sério, se você ainda não se rendeu ASSISTA AGORA! Agora me conta, qual a série da preguiça que vale a pena assistir?!

terça-feira, 7 de junho de 2016

[Livro] Depois da Chuva - Maria Clara Mattos

depois da chuva

Ah vai! Vamos combinar que essa capa é muito amor, daquelas que você imagina uma pessoinha em cada guarda-chuva e cada uma com mil histórias para contar. Aliás imagens de pontos de passagem (faixa de pedestres) sempre remetem a retalhos de histórias, encontros de idas e vindas, momentos sendo entrelaçados. Depois da Chuva começa assim, uma esquina sendo o ponto de passagem para Laura e Edgar, suas vidas sendo entrelaçadas por uma troca de olhares e uma gentileza.

A chuva ganhava forma, mas a água ainda tentava conhecer o lugar que ia cair. Laura é uma mulher bem resolvida, sem grandes contrastes, casada com um homem amoroso, corre pela chuva para não perder a apresentação da filha. Editora em uma empresa consagrada separava os manuscritos em três pilhas, o que ainda tinha que ler, o que tinha que responder negativamente, o que ia para o lixo, facilmente o projeto de Edgar se encaixava na terceira opção, mas aqueles clichês tinham algo especial.

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Edgar é um viajante, de vida e de alma, percorreu o mundo, fugiu da rota dos turistas, escreveu diários, hoje publica guias inusitados para as pessoas que buscam aventuras que vão além dos pontos turísticos. Viajou, amou, fugiu, amou, se aquietou, quase teve uma vida tradicional, mas sua alma ia além de um marido e pai exemplar. Se separou, evitou a filha, queria arriscar outro tipo de escrita, escolheu um monte de clichês e conheceu Laura.

A tempestade começa. Edgar vive em uma montanha-russa de sentimentos, Laura é tão calma quanto um lago, a troca de olhares na esquina chuvosa, o encontro na editora, o manuscrito regado de clichês, as sugestões, as mudanças. A transformação foi tão sutil, acontecia depois um café ou outro, uma volta com Eduardo (o cachorro que deveria ser cadela de Edgar), um telefonema, quando perceberam estavam afogados nessa transformação, o mundo ganhava outro sentido e a vida pedia urgência. Abrimos o guarda-chuva é hora de se proteger.

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Pela janela observo a chuva. Depois do furacão é hora de contabilizar os danos, observar o que deve ser mudado, organizado, revisto. Observo o florescer. Depois a vida segue e começa uma nova história, é hora de colher os frutos. A chuva está passando e o sol voltando. Encarar a realidade pode nos trazer gratas surpresas.

A história foi narrada de acordo com os estágios e sentimentos da chuva, quando ela começa, quando se intensifica, quando ela vai embora, os personagens seguiram esse ritmo, conhecemos cada um deles, aconteceu o furacão, se acalmaram e esperamos o sol iluminar a vida deles com boas surpresas. Aliás, sempre esperamos as surpresas do fim da chuva, as coisas boas que o retorno do sol pode nos proporcionar e o título do livro caiu como uma luva, o final é surpreendente.

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A autora utiliza uma linguagem cheia de pontos, respiros, pensamentos, daqueles que você lê com calma e acompanha os personagens em cada sentimento, mas não por ser uma leitura difícil, mas por cada ponto te fazer sentir a revolução dos personagens. O trabalho editorial é fantástico, além da capa contar mil histórias só em observar o movimento dos guarda-chuvas, as páginas internas trazem ilustrações que fazem referencia aos estágios da chuva. Recomendo!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

[Conto] As Lutas e Seus Personagens


Era mais uma aula de ânimos exaltados, Marina de pé retrucando as ofensas de Bia, aquela briga já estava se tornando particular. O objetivo era só discutir as leis brasileiras em caso de crime virtual, mais uma aula do curso de Direito que se apoderava de uma notícia verídica para deixar a situação mais real. O professor gostava de dividir a turma, a defesa e o ataque, todo futuro advogado deveria aprender a argumentar, principalmente quando a sua posição não era confortável.

Marina era ativista dos movimentos feministas, participava de marchas, atiçava lutas, debatia como ninguém, era uma leoa quando alguém questionava suas causas. Bia era o contrário, uma garota conservadora, defendia o tradicional, usava suas crenças como argumento, não calava quando alguém feria o que ela acreditava. A sala já estava acostumada a ver as discussões entre elas.

Naquele dia foi diferente, o professor trouxe o caso da menina que sofreu estupro coletivo para ser discutido em sala, o objetivo era debater sobre as leis que foram infringidas quando o vídeo do crime foi exposto na Internet, coincidentemente eles tinham acabado de estudar o assunto e o professor queria aproveitar para revisar a matéria, mas tudo saiu do controle.

Chorando Bia repetia que a única culpada era a garota, sempre é a mulher, ela sempre fazia algo para merecer o estupro. Marina estava com ódio, falava sobre a cultura do estupro e como a nossa sociedade estava afogada em teorias machistas. Bia chorando começou a dizer que a garota era drogada, gostava de orgias, era uma sem vergonha, "você é uma putinha". Marina já estava em pé gritando que aquilo não justificava, relatou diversos casos de estupros no trabalho, escola, igreja...

Bia estava fora de si, continuava repetindo "você merece isso", "você se ofereceu e está tendo o que merece". Atento o professor observava a discussão, reparou que Bia falava sozinha, o pensamento da garota estava perdido em suas lembranças, ela não pertencia mais aquela discussão. Quando Marina se calava era audível algumas ofensas em segunda pessoa, repetidas vezes, as lágrimas escorriam por seu rosto. Bia estava em choque, Marina não percebia e continuava discursando com todos os seus argumentos sobre aquela discussão que tinha se tornado pessoal.

Aos mais atentos era perceptível o que estava acontecendo, Bia é uma garota frágil, mas daquelas que te surpreende com a quantidade de traumas que ela aguenta calada, Marina era dura como uma rocha, mas era insensível a ponto de não perceber quem precisava de sua ajuda. Uma tinha o problema e a outra a força. O professor bateu com o apagador na mesa até todos se calarem, dispensou a turma e chamou Marina e Bia até sua mesa.

As garotas ainda estavam exaltadas, a amizade se restringia aos muros da faculdade, elas pensavam tão diferente que era impossível manter uma boa convência. Silêncio. Depois de uma longa pausa e muitas trocas de olhares questionadores o professor solicitou que as duas juntas fizessem uma redação sobre o tema discutido em sala, Marina ia tentar provar que a vítima não tem culpa e a Bia ia falar o quanto dolorido é o silêncio da dor. 

Toda causa precisava de uma dor, as lutas se tornam vazias quando não se sabe o real sentido da dor, assim como toda dor era mais dolorida quando não se achava força para lutar. Era importante que para cada bandeira levantada fosse verificado os dois lados, Marina precisava conhecer a dor de uma vítima de suas lutas, Bia precisava conhecer a luta provocada por sua dor.

Contrariada elas saíram da sala em silêncio, não combinaram nada sobre o trabalho, mas a reflexão sobre o motivo daquela redação já perturbava a relação das duas. Aliviado, o professor estava certo que tinha feito um bom trabalho, Bia ia conseguir desabafar e encontrar forças, Marina finalmente tinha encontrado um personagem para as suas lutas, agora suas discussões iam ganhar um novo brilho. Diversas vezes fechamos os olhos e entramos de cabeça em certas lutas, mas esquecemos de lutar pela dor e não só pela causa, a dor move a luta, mas a luta pode amenizar a dor em diversos momentos. 
[história e personagens fictícios]

bonne nuit, bonne chance

[Cola&Bora] Clube da Caixa Preta | Sociedade das Relíquias Literárias

Tá sentindo? Brisa de bons ventos, gostinho doce de retorno, cheirinho suave de quem está se reconectando ao que nunca deveria ter sido esqu...